Bem, amigos da Rede Globo, agora o devaneio é sobre futebol. De vez em quando há quem discuta qual formato é melhor: pontos corridos ou mata - mata. Aparentemente torneios que mesclam as formas agradam a todo mundo, geralmente com uma primeira fase de grupos e então as chaves. Assim como acontece na Copa do Mundo de seleções. Aliás, ela também não comete a heresia de ir à disputa por pênaltis como primeiro e, consequentemente, único método de desempate, diga-se de passagem. Mas isso é outro assunto.
Estou aqui para propor uma fórmula diferente de disputa: Um campeonato nacional de pontos corridos que englobe os demais torneios. De acordo com a posição final dos times eles seriam campeões - ou não - de todas as disputas possíveis para eles. Por exemplo, se a Portuguesa encerrar o campeonato como o time paulista com a melhor posição, ela é campeã paulista. Se o Criciúma for o time catarinense com a melhor posição... Sim, campeão catarinense. Assim o primeiro colocado de todos seria, claro, campeão brasileiro.
Acima está parte da classificação final do campeonato brasileiro de 2022. Desse jeito teríamos tido no ano passado o Internacional como campeão gaúcho (no lugar do Grêmio como temos na vida real), Fluminense campeão carioca como de fato aconteceu (se bem que lá, todo mundo é campeão carioca ao mesmo tempo), e o Corinthians teria sido vice paulista já que Palmeiras conseguiria os dois títulos como também aconteceu de verdade, mas tendo o São Paulo vice.
Mas pontos corridos não tem tanta graça. Então podemos, ao invés de decretar o campeão, classificar os melhores colocados para as chaves do mata - mata.
Agora imagine todos os times do Brasil, da primeira à última divisão, jogando unicamente esse campeonato durante toda a temporada. O que significa que hoje teríamos 128 equipes concorrendo. Ao fim das 254 rodadas teríamos a definição dos confrontos valendo os outros campeonatos. Isso daria a justiça dos pontos corridos e a emoção do mata - mata, mas de forma muito mais democrática. Se você está pensando que o calendário ficaria apertadíssimo, peço apenas que pare de se limitar aos 364 dia do ano. Se for melhor que a temporada dure 18 meses em vez de 12, então que seja.
As dificuldades e custos das longas viagens necessárias poderiam ser amenizados com as rodadas serem organizadas de forma estadual e regional, mas sem significar classificação alguma para campeonatos estaduais ou regionais. Seria apenas pela logística. Um time do centro-oeste, por exemplo, viajaria para um dos estados do sudeste e lá faria a sequência de jogos como visitante contra todos os times locais, de preferência na mesma cidade. Assim seria mais barato e simples do que viajar várias vezes para longe. No contra turno os times sudeste fariam a mão inversa.
Agora, quem saber, ir mais longe. Quem sabe num futuro distante quando as viagens forem facílimas para todos no planeta, uma copa do mundo de clube de verdade. Mesmo com rodadas organizadas de forma nacional e continental. Todos os times do mundo jogando. Toda temporada um gigantesco pontos corridos classificatório por todo o planeta e em seguida as chaves dos estaduais, dos nacionais, dos regionais, dos continentais, dos intercontinentais e do mundial. Em termos de formato de disputa me parece muito mais simples, muito melhor e muito mais democrático do que temos hoje.
Aproveito pra dizer que em caso de empate a primeiro medida a ser tomada deveria ser a morte súbita, ou como alguns preferem para ser menos agressivo com as palavras, o gol de ouro. Talvez o gol de prata, quem sabe até mesmo a tradicional prorrogação comum. Mas a decisão por pênaltis deveria ser absolutamente a última necessidade. Ouso dizer que seria melhor termos shootout antes!
E se você até curtiu a proposta, mas é defensor absoluto dos pontos corridos dando o Santos campeão de 2002 como exemplo de injustiça (e olha que o meu Corinthians que foi o vice![e também não se classificou em primeiro]) eu proponho que ao menos exija uma diferente de 3 pontos para que haja uma decisão. Sei que em 2002 a diferença foi de apenas 1 ponto, mas não acontece assim em todas as edições. Peguemos como exemplo os dois primeiros colocados. Se a diferença de pontos entre eles é menos que 2, então faça-se uma final (ida e volta!). O mesmo para definir quem cai e quem se classifica, etc.